PORTUGAL, OS 202 JOGOS

DESDE QUE EM 13 DE ABRIL DE 1935 PORTUGAL RECEBEU A ESPANHA EM LISBOA, até 13 de Março de 2010, perante o mesmo adversário, mas noutra cidade, a nossa seleção já entrou em campo por 202 vezes.

Ao longo de 75 anos de confrontos, Portugal venceu em 83 ocasiões, e foi derrotado noutras 108, ficando pelo empate em 11 jogos.

E se o saldo negativo das vitórias já é grande, então o dos pontos marcados face aos pontos sofridos ainda é mais significativo.

Na verdade com 4.409 pontos sofridos e 3.275 marcados, Portugal tem muitos pontos para marcar e anular os 1.134 pontos negativos.

Veja o quadro:

Destes 202 jogos houve uns que nos agradaram mais, e aqui fica a lista dos oito jogos em que marcámos mais de 40 pontos.

Mas como a história do rugby não se escreve apenas com vitórias, aqui fica a lista dos 12 jogos em que sofremos mais de 50 pontos.

Nota: Habitualmente não comento a fotografia de entrada do post, mas neste caso quero abrir uma excepção.

Trata-se da equipa que defrontou a Espanha, em Madrid, numa vitória que se manteve isolada durante 44 anos e só no sábado passado foi repetida.

De todos os que estão na fotografia, não posso deixar de referir três:

O mais antigo deles é Luis Miramon, e tenho que lembrar certa vez em que Miramon arbitrava um jogo no campo principal do Universitário de Lisboa, e alguém da bancada o mimoseou com um sonoro ” filho da p..!”.

Miramon parou o jogo, dirigiu-se à bancada e disse da pista de atletismo:  “O senhor  que me insultou, faça o favor de chegar cá abaixo!”

Ninguém teve a coragem de se apresentar, mas até ao final do jogo não se tornou a ouvir um pio daquela bancada!

Outro dos fotografados é António Carqueijeiro, que foi o meu primeiro treinador, figura ímpar e inesquecível que marcou com a sua atitude gerações de jogadores e que teve o condão de “criar” um conjunto de treinadores que marcaram as duas décadas seguintes, e de que destaco José Bento dos Santos e Júlio Faria.

A última das minhas referências vai para Pedro Lynce de Faria, durante muitos anos capitão da nossa seleção e mais tarde, a partir de 1976, o principal técnico responsável pelo relançamento do rugby português, primeiro em Agronomia e na seleção de juniores, depois com a seleção principal.

Homem discreto, Pedro Lynce deixou muitas das suas marcas em pequenos gestos que fizeram a diferença.

Lembro-me com frequência da visita que me fez à cabine e das suas palavras de conforto, depois duma estrondosa derrota de uma seleção de juniores de que fui treinador, no meio dos insultos e más criações de tanta “gente fina” que se encontrava no EUL naquele dia.

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