A ÚLTIMA JORNADA DO CAMPEONATO DA EUROPA encerra em si 
três decisões importantes.
A primeira dessas decisões respeita ao apuramento do campeão europeu, e será disputada entre a Geórgia e a Rússia.
A primeira questão que rodeia este desafio tem a ver com a tensão política entre os dois países, com a invasão russa a território georgiano em 2008 ainda muito fresca na memória de todos.
Por esse mesmo motivo já o encontro da primeira volta foi disputado em terreno neutro, na ocasião na Ucrânia, tendo a Geórgia ganho pela 11ª vez nos treze jogos já realizados entre o gigante russo e a pequena república do Cáucaso localizada na fronteira entre Europa e Ásia.
Curiosamente a região onde hoje se localiza a Geórgia foi denominada, nos séculos IV e V, por gregos e romanos, de Reino da Ibéria, e ainda hoje existe uma teoria que defende que aquela região caucasiana seria o local original de tribos que migraram para a nossa Península, e à qual teriam atribuído a denominação de Ibérica.
Integrada na União Soviética desde 1918, a Geórgia veio a recuperar a sua independência apenas em 1991, e essa separação é ainda hoje causa de grandes problemas na disputa pelo controle da Ossétia do Sul.
Aliás o conflito de 2008 teve origem num ataque desencadeado pelos georgianos sobre a Ossétia, e pela reação russa em defesa daquela região.
A importância da Geórgia no rugby da antiga União Soviética foi muito significativa, e isso mesmo se constata pelos resultados dos jogos entre os dois países desde então, com clara superioridade georgiana.
As duas equipas chegam a esta última jornada com o mesmo número de pontos, sendo a vantagem georgiana em caso de empate, em virtude da sua vitória (29-21) na primeira volta.
O jogo vai ter lugar na Turquia, na cidade de Trabzon e, apesar dos intervenientes estarem ambos qualificados para o Mundial de 2011, vale o título europeu e a escolha da série em que cada um disputará o campeonato da Nova Zelândia.
A segunda decisão diz respeito ao último lugar do campeonato e a descida do seu titular à 2ª divisão da FIRA-AER.
Frente a frente estarão Alemanha e Espanha, e apesar da vantagem espanhola, proveniente da vitória obtida na primeira volta (22-11), o equilíbrio é a nota dominante.
Com a crise que se declarou no rugby espanhol, após a derrota frente aos Lobos, a saída do seu treinador, e o desespero que atinge as equipas nestas circunstâncias, vai ser um jogo de grande tensão, em que o papel da arbitragem se fará decerto sentir.
A crescente mas injustificada, influência alemã nas instâncias do rugby internacional irá ter algum peso nas decisões da equipa de arbitragem?
De qualquer maneira, se a Alemanha não ganhar por mais de 10 pontos, estará condenada à descida.
Finalmente temos a decisão do terceiro lugar, cuja importância respeita unicamente ao acesso que ele dá à disputa do play off final de acesso ao Mundial.
Apesar de ter pela frente um conjunto de quatro jogos, dos quais pelo menos três serão muito difíceis, a equipa que sair do confronto de sábado com o terceiro lugar garantido terá muito que festejar.
A Roménia esteve presente em todas as anteriores edições do Mundial, e não vai querer deixar o acesso ao de 2011 nas mãos dos portugueses, sobre quem têm uma enorme vantagem estatística.
Os Lobos por outro lado, têm aqui a oportunidade de tentar bisar a presença de 2007 e desforrar-se da derrota por 14-10 sofrida nesse Mundial, confirmar a vitória da primeira volta e a sua subida no ranking da IRB.
Vai ser um jogo de David contra Golias, mas as estatísticas dizem que, nos jogos de resultado muito disputado, ganha quem defende mais, e não quem tem mais posse de bola, Tomaz Morais sabe bem disso, e conseguiu ao longo dos últimos 10 anos, transmitir esse conceito aos jogadores portugueses.
Se a nossa equipa defender sem erros, e souber explorar o jogo ao pé, então o maior poder romeno não lhes vai servir para nada.
Será um jogo de paciência, sacrifício e consistência defensiva.
Quem for assistir ao jogo no Universitário vai ter que contribuir com o seu apoio para que os Lobos consigam derrubar os Chaparros!
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